Em memória da minha Vó Tilia
Conta-se
que as pessoas de uma pequena ilha se especializaram na arte de produzir as mais
belas pérolas que já se viu. Os homens e mulheres encarregados de tal tarefa
eram conhecidos como os Cultivadores de Ostras. Tal atividade necessitava de
uma grande disciplina e paciência, ainda mais sabendo que produzir pérolas
dependia mais da boa vontade das ostras do que do serviço de homens ou
mulheres.
Os
cultivadores procuravam regiões de enseada de sua pequena ilha com o mar calmo
e ondas mansas e colecionavam as ostras em longas fileiras presas em região
rasa, na qual as ostras poderiam obter seu alimento facilmente. Contudo, o
segredo das mais belas pérolas residia na arte de impor um ‘tormento’ que
incomodasse muito a ostra, mas não causasse dano ao ponto de levá-la a morte. O
cultivador separava pequenas pedras irregulares e, delicadamente, abria cada
ostra e lá depositava o pequeno infortúnio sobre a carne macia. Após a ostra
fechar, o cultivador esperava que esta resolvesse seu incomodo da maneira que elas
costumam lidar com seus problemas: madrepérola.
Para
livrar-se da dor e da irritabilidade daquela pedra ferindo seu âmago, a ostra produzia madrepérola e devagar, mas
constantemente, ia recobrindo a pedra que nela foi inserida. Camada a camada, a
ostra torna aquele incomodo em uma esfera (quase sempre perfeita) que
era o objetivo e ambição dos cultivadores. Enquanto o trabalho era feito pela
ostra, cabia aos homens esperarem os tempos que a natureza impõe aos seus
processos.
Aquela
comunidade da pequena ilha não apenas vivia do trabalho com as ostras, mas
também aprendia com elas. Assim, os sábios cultivadores ensinavam aos mais afoitos e jovens que o cultivar está na
arte de escolher as pedras na medida certa que a ostra possa suportar e resistir. Aqueles que cultivam a paciência e a superação diante dos mais persistentes incômodos (infortúnios), por fim, podem ser
laureados com as mais belas pérolas.
Falta referencia da região.E mais detalhes a não ser que seja uma historinha.
ResponderExcluirOlá Reginaldo, é só uma história fictícia mesmo. Mas confesso que quando escrevi tive a sensação de "já ouvi isso em outro lugar". Então, não me surpreenderia se existisse alguma versão diferente dessa história por aí. Obrigado por visitar meu Blog. ;-)
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