sábado, 30 de outubro de 2010

Uma história para assustar (ou pensar)

Acho que ouvi (ou vi) essa história em algum lugar. Bem, vou tentar contá-la, mais ou menos, como me lembro: 

Está é a história sobre um homem que amou imensamente uma mulher. Um homem que achava que a chama deste amor jamais se apagaria. Porém, se apagou! O que antes fora uma dança tornou-se uma guerra. Eles brigavam, brigavam e brigavam... Num certa noite, depois de muitas palavras de ódio, ele saiu da casa, selou o cavalo e partiu. Enquanto ele iniciava o galope, ouviu ela gritar:

"Se você não voltar em três dias, então não volte nunca mais! Guarde minhas palavras: Eu terei ido embora."

Ainda nervoso, o homem partiu. Ele gostou da solidão. O barulho das discussões foi substituído pelo som calmo da floresta. Contudo, depois de  dois dias na floresta, ele se sentiu arrependido. Ele lembrou de todos os bons momentos e alegrias ao lado da esposa. Percebeu que gostaria de estar ao lado dela e não poderia perdê-la.

Montou em seu cavalo e galopou tão veloz quanto pode. Contudo, a distância era longa demais para ser percorrida em apenas um dia. A ameaça de sua esposa em sua mente. Iria ela cumprir a promessa feita em momento de fúria? Será que ela partiria no terceiro dia? 

Ele precisava voltar a tempo. Encontrou um atalho na floresta e cavalgou por caminhos desconhecidos. Ele estava realmente desesperado.  Então, chegou a um escuro e fétido pântano. O que fazer? Se arriscar atravessando o pântano ou contorná-lo em segurança? O caminho seguro tomaria tempo demais; a ameça da esposa sussurrando temores na mente do pobre homem. Providencialmente, próximo ao pântano, havia um garoto. O homem pergunta: 

"Diga-me, garoto, o pântano tem um fundo firme?"

E o garoto diz ao homem: "Tem sim."

Então o homem entra apressado com seu cavalo no pântano. Em poucos metros, ele começa a afundar e afundar, o cavalo luta inutilmente; eles cada vez mais afundandos no pântano.... Enquanto ainda pensava em sua amada, ele questiona o garoto:

"Achei que tivesse dito que tinha um fundo firme?"

E o garoto diz: "E TEM... VOCÊ APENAS NÃO CHEGOU NELE AINDA!” 


sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Rudimentos de um conselho

Conversando com uma amiga surgiu o assunto de relacionamentos e tolerância. Não sou especialista em relações humanas, mas tenho os requisitos mínimos para lidar com elas (Afinal, sou humano, certo?). Muito depois da conversa, eu continuei pensando sobre o assunto e surgiu esse texto:

Tolerância

Tolerar é aprender a viver com o erro antigo ou o hábito que incomoda, como se nada fosse. É seguir deixando de ver o que está aos olhos de todos; tornar-se cego propositalmente. Negar a verdade em prol de algo maior! Mas o que pode ser maior que a Verdade? Amor? Esperança? Companheirismo? Moral? Medo? Algo entre tudo isso; talvez, um pouco a menos ou muito além. Tão claro a quem nunca pensou no assunto, quanto incompreensível a alguém que já refletiu por muito tempo.

Então, por que tolerar algo? Para não admitir que há o erro inegável onde deveria ser a morada da perfeição? Para equiparar os dois lados distintos da moeda? Talvez, você devesse refletir sobre o fato de que o perfeito é ilusório. Que aquilo que não tem erro, também carece de sabor. Mais louvável que aquele que aceita, é o que compreende e faz algo a respeito.

Sei como isto assusta, mas é algo para se pensar: Toma cuidado com tua tolerância. Perceba que nenhum amor é imprescindível ou inestimável. Por vezes, tolerar pode ser um preço muito alto a pagar. O pedágio exigido pelo medo; o primeiro passo para a servidão!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Todos estão falando de eleições; então, também falarei...

No próximo domingo, teremos a decisão sobre quem comandará o país pelos próximos quatro anos. Sinceramente, considero que religião, futebol e politica raramente são assuntos discutidos com a imparcialidade que deveriam. As pessoas sempre tomam "partido" e usam todos os argumentos, razoáveis ou não, para convencer os outros (talvez, até a sim mesmo) que estão certo. 

Não faço mistério sobre meu voto: será para a Dilma (Sou professor de Universidade Federal, o que esperava?). Contudo, não faço isso com a empolgação ou a convicção que gostaria de ter para eleger alguém ao cargo mais importante do país. Simplesmente, não temos opção melhor! Nenhum dos dois candidatos tem carisma ou competência; Nenhum dos dois candidatos aparenta ter o “jogo de cintura” necessário para lidar com pressões externas; Nenhum dos dois candidatos tem reputação completamente limpa (Lembre-se: "Para mulher de César, não basta ser honesta; tem que parecer honesta também); Nenhum dos dois candidatos mostrou ser apoiado por equipe idônea.  Portanto, ambos deixam muito a desejar. O único argumento que tenho para realmente votar na Dilma é: “antes alguém que não fará nada de muito ruim do que alguém que não trará nada de bom”.

Tenho esperança que Dilma não seja meramente uma figura ilustrativa e contribua com algo de inovador e bom neste cargo. Há quatro anos votei no Lula confiando que era o melhor para o país (mesmo com escândalo de mensalão e tudo mais) e não me arrependo. Se Lula indicasse um Abajur Amarelo como candidato contra o Serra, eu votaria no Abajur Amarelo para presidente.

Uma última piada: a figura abaixo mostra uma possível causa da morte do pobre Polvo Paul (o caso foi abafado rsrsrsrs). Espero que isso não cause danos ao povo Brasileiro também. Porém, votar Dilma 13 no dia do Halloween.... Xiiii, isso me assusta e olha que nem sou supersticioso. Porém, votar Serra 45, isto seria o desastre total com certeza.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O porquê de um nome.



Em Dezembro de 2007, eu iniciei um blog. Estava começando uma nova etapa: pós-doc no Canadá. Considerei que o blog seria uma maneira bem efetiva para minha familia e amigos terem notícias minhas.

A primeira coisa que me surpreendeu ao chegar ao Canadá foi a neve e o gelo por toda parte. Fui, literalmente, congelado em poucos instantes. Daí surgiu o nome "Físico em Cubos". A idéia era relatar as impressões de um jovem físico em um ambiente gelado de muitas formas. O "dia-a-dia" do pesquisador escalando Icebergs de dilemas técnicos e "sambando no gelo fino" das relações sociais com pessoas de diferentes origens, credos e vivências (de longe, problema muito mais complicado que qualquer defeito de eletrônica ou vazamento de vácuo). Assim, surgiu o "Físico em cubos" e seus relatos de suas experiências e desabafos por quase 2 anos.

De volta ao Brasil, considerei que a missão do Blog estava cumprida e o exclui sem qualquer piedade. Hoje, tentei recuperar aquele velho Blog; descobri que Google não deixa recuperar. Como sou bem teimoso, resolvi recriar o Blog e, pelo menos, manter o antigo nome. Acho que o nome foi, realmente, a única coisa que restou daqueles tempos. Muito em minha vida mudou (quase tudo, de fato). Agora, sou professor numa universidade federal. Agora, sou divorciado (solteiro efetivo, não tenho filhos).

Entretanto, ainda "sambo em gelo fino" tentando cumprir meus muitos papéis: sendo professor de muitos, colega de vários, amigo de uns poucos, filho de alguém, irmão de outrem, quem sabe namorado de alguma ciclaninha (Voluntárias a ciclana? rsrsrsrs). Acho que nem vou tão mal na ribalta, mas dou meus tropeços e atropelos. Estou sempre tentando dançar no compasso da música, que em minha Universidade é algo como um samba-tango-rock-funk-sertanejo universitário; pois é, somos interdisciplinares e únicos por aqui. O que não é fácil para quem aprendeu a fazer o seu bom e velho "dois-pra-cá-dois-pra-lá" em sua universidade tradicional e septuagenária. Como você percebe, meu amigo(a), meus cubos agora são bem outros e, apesar de nada mágicos, dão cada Dor de Cabeça!

Por que voltar a escrever agora? Excelente pergunta (Esta é a resposta que damos a perguntas que, de fato, não sabemos responder direito). Sinceramente, não sei como responder. Então façamos um acordo: Se você me explicar o porquê de estar lendo isso. Talvez, eu possa te dizer o porquê de escrever.

Atualmente, meu escrever se resumia ao twitter. Porém, muitos pensamentos não podem se restringir a apenas 140 caracteres... Assim, crio o Blog como meu templo para treinar a "arte de ser prolixo" e compartilhar contigo, mais uma vez (se você me conhecia de tempos antigos), os dilemas de um Físico em cubos. O que você encontrará aqui a partir do segundo post? Volte e confira!