sexta-feira, 29 de abril de 2011

Metal por toda parte, coração em lugar algum.




"Do you suppose Oz could give me a heart?", asked Tin Man. "Why, I guess so," Dorothy answered. "It would be as easy as to give the Scarecrow brains."

Hum.... Ter um coração é tão fácil quanto ter um cérebro?!? I'm not so sure. Lembro-me, muito pequeno, de ouvir de meu pai: "Homem não chora"; que, basicamente, significa homem NÃO SENTE! Não culpo meu pai pelas suas palavras, ele apenas me ensinava o que aprendeu de seu pai, que aprendeu de seu pai, que aprendeu de seu pai, que aprendeu de seu pai... e está linha vai longe até, provavelmente, o primeiro homem. 

É difícil sentir, melhor é pensar que não se sente. Transformar todo desejo, vontade, anseio em objetivo claro e bem argumentado... Não fazemos porque sentimos que devemos fazer, mas porque é o mais lógico a ser feito; RACIONAL! Algumas mulheres podem dizer "os homens de hoje em dia estão mudando; são mais conectados com seus sentimentos". Isto é pura balela! Alguém deve ter contanto para eles que isto era uma ótima "jogada" para "pegar" mulher... rsrsrs No fundo, somos todos homens de lata! Mas isso não é um atributo exclusivo ao gênero masculino, há inúmeras mulheres de latas também (Bem como qualquer outro gênero que considere mais politicamente correto mencionar... A 'Latidade' independe de gênero.). Vivemos tempos de cidades de Concreto e pessoas de Lata. As poucas sensações que nos permitimos também são as enlatadas; aquelas de fácil consumo: compra, troca e venda. 

O personagem de hoje é o Tin Man (o Homem de Lata). De todos os personagens, é o meu favorito, me identifico muito com ele e seus dilemas e anseios. Ao menos, eu me identificava antes; agora, preciso pensar mais sobre isso. De qualquer modo, nosso Tin Man não possui CORAÇÃO e esta ausência o faz SOFRER...  Hum, sinto uma certa incoerência aqui!?! 

De qualquer modo, se a insana idéia do Scarecrow de conseguir um cérebro fazia algum sentido; por que não desejar um coração? Provavelmente, o Tin Man teria ficado cheio de esperança, se tivesse um lugar para colocá-la. Ele seguiu adiante porque possuia um sonho e uma dica de qual direção tomar para alcançá-lo; passos largos para Emerald City!

Pense bem, quando não se tem um deles (cérebro ou coração) é fácil tentar conseguí-lo. O difícil é quando se tem AMBOS, mas é necessário deixar UM deles para trás. Isto sim, doí. Quase todos nós precisamos fazer este tipo de escolha em algum momento (Os mais azarados, o tempo todo =/). Olhar de frente, EMOCIONAL e RACIONAL, e optar por um deles, pois quase sempre eles levam a direções diferentes, frequentemente, opostas. Escolhemos porque é preciso! Na vida nos tornamos Scarecrow ou Tin Man; vagando pelo mundo e deixando parte de nós para trás. Todo sonho tem seu preço, o que é preciso saber é se você está disposto a arcar com as despezas.

Voltei a ler "The Wonderful Wizard of Oz", quero lembrar qual o destino de cada um deles. Quanto ao meu... ainda é uma história sendo escrita e estou tentanto manter todas as minhas partes juntas rsrsrs. Porém, independente do que for necessário deixar para trás, ainda é imprescindível seguir adiante. Isto é uma VERDADE para todos nós.



quarta-feira, 27 de abril de 2011

"If I go to the Emerald City with you, that Oz would give me some brains?"



Pelo título, podemos perceber que hoje é dia de falar do Scarecrow (Espantalho) e a sua busca por sabedoria, ou melhor, algum cérebro (Claramente, duas coisas bem distintas!). 
O ingênuo Scarecrow busca saber um pouco mais do que ele sabe. Ele considera que não tem cérebro. Uma dedução obtida ao observar o próprio trabalho: permanecer estático a espantar corvos. Qualquer um pensaria que não seria necesário muito cérebro para isso e, provavelmente, não precisa mesmo. Muitas vezes, quando alguém nos pergunta: Quem é você? - A resposta, quase automatica, é: "Eu faço (...)" ou "Eu trabalho com (...)". Na maior parte do tempo não somos Pessoas, mas Funções... Que somos aquilo que fazemos (afirmação bem Existencialista) até posso aceitar, mas que sejamos somente aquilo pelo que nos pagam para fazer... Hum, não sei não. Parece que é tudo igual para você? Se assim for, isso sim é falta de inteligência, ao menos, do meu ponto de vista rsrsrs. 
Minha mensagem é simples: O Scarecrow não precisava pedir inteligência para o Wizard of Oz, bastava um pouco de auto-confiança e isto ninguém poderia dar a ele, nem mesmo com magia. Também não há nenhuma tecnologia milagrosa que poderia dar a ele o que desejava, mesmo colocando a palavra ‘Quantum’ na frente ou por intermédio de rebuscados livros de ‘10 simples passos para...’. 
Contudo, até entendo a ingenuidade e as conclusões do Scarecrow .... Muitas vezes, eu sou "espantalho" também. Ainda mais neste(a) Universo(idade) em “consolidação” com o qual lido todos os meus dias. Tantas opiniões divergentes, tantos jeitos errados de justificar que se esta fazendo o certo. Pessoas que pressentem muita Ciência, onde algumas vezes só encontro confusão e números vazios: excelência expressa do A ao F.  Ainda pior do que ser só o que você faz, é ser apenas os números que quantificam o quão ‘bom’ você é no que faz... Nada mais triste do que o Homem deixar de ser a Obra, para ser apenas os números na planilha que refletem distorcidamente a importância da Obra. 
Para ser sincero, não acredito que a inteligência resida apenas em resolver uma equação muito complicada, manipular Hamiltonianos elaborados ou construir máquinas inusitadas. Inteligência maior é compreender a importância de fazer tudo isso. Quando era um jovem estudante, em tempos de graduação na USP, lembro-me de uma frase de um grande professor: "Bons cientistas sempre encontram as respostas certas, mas os Excelentes sabem quais são as perguntas que valem a pena responder!" 
Inteligência é NÃO menosprezar a si mesmo; NÃO deixar a auto-estima em baixa. Inteligência é saber tudo o que você é capaz de fazer e alcançar este limite. Ser o melhor que você pode ser é mais que uma obrigação (Acho que parece livro de auto ajuda, mas eu precisava escrever isso). Eu não CULPO o Scarecrow pelo que ele pensava de si mesmo, mas eu também não o DESCULPARIA se ele não fosse a Emerald City buscar o que ele ansiava conseguir; ir pelo caminho que acreditava que o tornaria tudo que poderia ser. Para algumas ausências, reconhecê-las já representa o seu preenchimento, pois dar-lhes um nome e um propósito é o requerido para transformá-las em presenças. 

"I don't think this is Kansas ..."


Sempre gostei de certas histórias que povoavam minha infância. De certo modo, sempre vi filosofia e sabedoria nestes contos infantis. Quem me conhece um pouco melhor, sabe que sempre apareço com alguma referência ao "Alice's Adventures in Wonderlands"; de longe, Alice é a minha favorita... 

Entretanto, não é a única lembraça  dos tempos de criança que aprecio para minhas alusões sobre ‘a Vida, o Universo e Tudo Mais...’ (rsrsrs).  Outra história que também me fascina é "The Wonderful Wizard of Oz" com seus carismáticos personagens. A estranheza da vida em relação aos nossos desafios  e consequentes dilemas que surgem, por vezes, são muito  similares aos destes personagens.

Pense bem nas linhas gerais da história: Um homem de lata que busca um coração; Um espantalho que busca um cérebro; Um leão que busca coragem e uma jovem garota (Dorothy) que busca um caminho (para retornar a sua casa). Uma representação clara da vida - sempre uma BUSCA; constantemente, mais do que um simples seguir adiante. 

No mundo de Oz, cada um destes personagens encontrou algo, que se não era o que queriam ou esperavam, ao menos era o que necessitavam naquele momento, mesmo que a conscientização disso só surgisse muito depois; misteriosos desígnios da vida (ou  provavelmente, apenas capricho do autor). Os personagens de Oz têm características tão interessantes que é preciso um post para comentar cada um deles. Assim, essa será a semana  de Oz e começo pela jovem Dorothy e sua famosa frase: "I don't think this is Kansas..."

A jovem Dorothy, de repente, se viu jogada num outro mundo: lugares, pessoas, comportamentos absurdamente distintos do seu confortável e bem conhecido "Kansas" (mesmo que não tão feliz). [Nada diferente de nós, quando nos percebemos em um ‘novo estado civil’, ou em um completo ‘novo ambiente de trabalho’]. Um misto de espanto, horror e excitação acompanhou essa menina durante a nova situação.  Porém, desde o momento que ela chegou àquela estranha terra, tudo que desejava era retornar a sua casa. Assim, começou sua caminhada pela estrada de tijolos amarelos, mas com a obsessão de se manter a mais conectada possível ao seu mundo e retornar a ele (Mas havia, de fato, o porquê de voltar?). Encontrar o caminho para o que  era o 'seu' bem conhecido, amado e, portanto, seguro mundo! 

Eu, realmente, não lembro se Dorothy encontra sua casa, mas lembro de que Dorothy pouco a pouco tornar-se parte de Oz. Todavia, não é fácil admitir a mudança e aprender a viver com ela. Seguir o caminho nunca é fácil, mas é preciso! Perceber que o diferente não é necessariamente ruim, aceitar que possivelmente é o mais adequado e natural para o que há por vir. Em “The Wonderful Wizard of Oz”, acredito que a maior lição sobre a menina que vemos foi que Dorothy aprendeu a ser Dorothy, onde Dorothy estivesse... Qualquer semelhança nunca é mera coincidência!