Nem sempre os textos surgem como eram em nossas mentes. O simples passo de escrevê-lo já o faz ser diferente de como esperaríamos que fosse... As palavras sempre limitam o significado, mesmo assim insistimos em tentar por palavras expressar o que nem sabemos definir com os pensamentos. Esse texto surgiu de uma dessas tentativas...
Então, alcançamos a maturidade. Surge a Mecânica Quântica,
algo como uma estonteante garota na balada. Ofuscada pelas luzes e atmosfera
daquele ambiente, sua simples imagem nos choca, hipnotiza e fascina. Suas
roupas, seu jeito de agir mostram algo desconhecido, ousado e até absurdo. Ela
representa tudo que vai contra a nossa intuição, mesmo assim não podemos tirar
os olhos dela. Definitivamente, sentimos que ela vem para modificar
completamente tudo o que concebemos como natural. Ela é autentica e pouco se
importa com o que achamos que ela deveria ser. Neste primeiro momento surge
deslumbramento e angustia, sabemos que a vida não pode mais ser como antes e
não temos ideia do há por vir. Ela é algo completamente novo em nossa vida e
demanda um olhar igualmente original da realidade para fazer sentido.
Só nos resta dar um salto para além: aceitamos que ela é
algo diferente, especial e que não podemos compreender ou descrever. Mesmo
assim, de algum modo, sabemos que ela é exatamente aquilo que pedimos, sem saber
que era o que precisávamos. Ao aceitá-la nos vemos diante da redefinição
de tudo. Este é um caminho sem volta, pois ela não muda apenas o conceito
do que ela é para nós, mas modifica até mesmo a realidade do que somos. Afinal,
“a mecânica quântica é muito mais que apenas uma 'teoria', ela é uma forma inteiramente
nova de ver o mundo".
Antes que seja possível nos darmos conta, já estamos
apaixonados e obcecados por desvendar todos os seus mistérios. Não é uma
relação simples, de fato, é sempre uma sequencia interminável de inúmeros
momentos de infinita felicidade e profundo desespero. Por mais que
aprendemos sobre ela, jamais nos deixará de surpreender. Mesmo quando já
a conhecermos por muito tempo, ela sempre terá o dom de nos trazer algo inesperado
ou inusitado, mas aquilo que nos deixa perplexo é também o que nos fascina. No
fundo, sabemos que nunca será algo intuitivo, mesmo assim, nunca desistiremos
de tentar fazê-la ser. É a nossa natureza se confrontando com a dela.
Algo que nem podemos chamar de amor... Pois a ligação que surge entre Ela
e nós, vai além de sentimentos ou razões ordinárias, exige uma forma de
percepção nova que não sabemos qual é, mas temos plena certeza que é
completamente diferente de todas nossas formas de percepção conhecidas.