domingo, 6 de novembro de 2011

Avaliar é descobrir onde estamos



Para saber por onde ir são necessárias duas informações básicas: onde se quer chegar e onde se está no momento.  Isso é muito simples, quando você pensa no seu trajeto de sua casa para o trabalho ou mesmo em busca de alguma diversão.  Contudo, a questão não é tão simples quando se pretende pensar os caminhos de uma grande instituição como a UFABC.

O ‘para onde ir’ comentei aqui antes está fortemente associado ao Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), quanto ao ‘onde estamos’ é sempre uma questão muito complicada que depende fortemente de a quem se pergunta.  A resposta deve surgir dos diversos órgãos e pró-reitorias que formam a UFABC, bem como dos docentes, funcionários e discentes. Obviamente, é difícil ouvir tantas vozes assim, principalmente quando muitas delas são tão contraditórias.  

Costumamos acreditar que estatísticas nos ajudam a ter uma melhor visão de qual o cenário de nossa Universidade. Por isso, o processo de avaliação, que ocorrerá de 7 a 21  de Novembro, é de suma importância ( http://migre.me/651x7 ). Desta vez, serão avaliadas as disciplinas do segundo quadrimestre de 2011 (assim os calouros tem a oportunidade de comentar o início de suas experiências universitárias) e também diversos aspectos dos Bacharelados Interdisciplinares (BI) e dos pós-BIs.  Momento oportuno para opinarmos sobre os caminhos que os diversos cursos estão seguindo e apontar algumas das falhas que, como instituição,  talvez nem tenhamos notado ainda. 

A avaliação, para muitos também pode soar como um momento de desforra, ainda mais com o ‘anonimato’ que o processo costuma requerer.  As pessoas se sentem mais livres e corajosas quando consideram que não podem ser repreendidas. Contudo, não devemos nos ausentar de nossa responsabilidade: escrever algo apenas por que não se gosta de fulano ou beltrano, em nada nos ajudará a corrigir nossos erros. Deve-se fazer uma analise crítica do papel de cada um e apresentar um panorama claro da situação da UFABC. De preferência, apresentar opiniões que possibilitem correções práticas para um aprimoramento de nossa Universidade.

O que quero dizer é que o anonimato pode ter suas características boas para apresentar uma opinião franca em uma avaliação conduzida pela Comissão Própria de Avaliação (CPA). Contudo, também tem um lado bastante negativo em muitas outras situações. Por exemplo, propagar informações e acusações através de e-mails anônimos nunca parece algo correto, independente da veracidade do que for relatado. Se, realmente, é verdade o que foi escrito por que se esconder atrás de algum codinome? Não vivemos em um mundo de heróis dos quadrinhos: em nosso mundo, quando heróis surgem, eles tem um rosto e um nome. Esconder-se atrás de uma máscara, mesmo que seja uma virtual, para dizer algo sempre deixará um ar de intriga e covardia que atenua em boa parte a validade do que for dito.  Afinal, quando se ouve da floresta alguém gritando ‘É o lobo, é o lobo’ com uma voz disfarça, quantos iriam ao seu socorro?

Por isso,  ao realizar este tipo de avaliação, é sempre bom avaliar também o grau de comprometimento de suas respostas: o que é respondido é algo para satisfazer a si mesmo (deixar um sentimento de ‘alma lavada’) ou realmente são fatos observados por você que possam ser utilizados para desenhar uma imagem clara de nossa Universidade. A avaliação é fundamental para nos apontar o que estamos fazendo de certo e de errado e, principalmente, onde é que devemos nos corrigir. Nem é preciso dizer que a participação de todos, discentes e docentes,  é imprescindível para que tenhamos estatísticas sólidas e bem fundamentadas. Acima de tudo, devemos ter em mente a busca em tornar a nossa UFABC mais próxima do que acreditamos que ela deveria ser.

2 comentários:

  1. Eu não conheço pessoalmente o prof. Luis Cruz. Mas um dia votarei nele para o ConsEPE, ConsUni, ou que quer que seja. Sempre com uma opinião madura e abrangente sobre os fatos. Parabéns por mais um texto professor!

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