sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Sem tempo.


from: http://freelanceswitch.com/freelance-freedom/freelance-freedom-13

Em nossos dias, um dos fins apocalípticos mais populares dos filmes é o ataque de um vírus terrível (ou algo assim) que dissemine a praga Zombie por toda parte. Criaturas sedentas vagando com um único propósito: saciar sua fome. Tal mal se espalharia sem precedentes até levar a vida como conhecida ao derradeiro FIM. Todos concordam que estamos bem longe deste mundo comentado. Contudo, temos sinais claros de criaturas sem vida entre nós. Vagam também ativadas unicamente pelos sua fome extrema: quase sempre o trabalho. 

Os nossos dias passam em uma sequência aborrecida e preenchida por todo tipo de  atividades (poucas que realmente nos agradem). Vivemos num mundo de tarefas a cumprir, reuniões a comparecer e prazos, sempre muitos prazos a satisfazer…

Independente de quanta dedicação tenhamos a tudo o que façamos: sempre estamos em falta. Sentimos culpa por não dedicar o tempo necessário a nossa família, aos estudos, às nossas paixões. Nem mesmo para nós mesmos permitimos a reserva de algum tempo. Temos prioridades e urgências. Tudo urge a nossa volta e acanhados de falhar em nossas tarefas acolhemos passivos a nossa sagrada agenda. Temos tantas obrigações com tantas pessoas e tudo a nossa volta, que é impossível não estar em falta com algum deles. Simplesmente, não há tempo suficiente.

Da criança que fomos, apenas a lembrança de que o dia era a oportunidade para nos deliciarmos com o que havia para descobrir. Além disso, só ficou mesmo o rastro do Coelho de Alice e seu mantra obsessivo: ‘Estou atrasado, estou atrasado, estou atrasado'.

Em todos as áreas da vida a pressa torna-se a regra básica. Por exemplo, no trânsito (templo supremo da impaciência) até as cores do semáforo ganham novos tons: Verde: ‘Ainda bem, não posso parar’; Vermelho: ‘por que não anda logo?’ e o Amarelo: ‘Acelera, acelera antes que fique encarnado’.  Dos hábitos alimentares, um tipo de comida daquelas famosas lanchonetes torna-se o nosso guia espiritual. Agora, Tudo é FAST! Que seja o FastFood, o FastSleep, o FastFun, o FastLove… Só nos resta um FastLive!

Uma grande pena, me disseram que há um lindo mundo aí fora para se ver, se você tiver tempo para apreciá-lo. Talvez, ainda não estejamos cercados pelos Walking Deads. Todavia, amargamos um fim ainda mais melancólico e lacônico: estamos todos nos tornando Running Liveless.

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