sábado, 27 de agosto de 2011

Um amigo irá casar.

Dedicado a um grande amigo.



Tenho um amigo que irá casar. Óbvio, que isto me trouxe lembranças, mas não falarei de altos e baixos de um relacionamento finado... Hoje, não é o dia para eu me iluminar ou obscurecer. Os holofotes devem ser para meu bom amigo.

Quero escrever uma homenagem (reflexão) ao meu amigo e seu casamento.  Gostaria de ser original ao falar de amor, mas sei que estou fadado ao clichê. Tudo já foi dito e esmiuçado sobre amor, até mesmo, as ideias mais controversas ou inusitadas.

Meu amigo já passou pelo casamento civil e sua estranheza jurídica.  Os ditos direitos e as devidas penalidades, caso ocorra a quebra de ‘contrato’ (modos de separação de bens).  O que eu tanto estranho nisto? A antecipação do que fazer, caso não der certo. É como ir a um grande banquete com deliciosas iguarias, mas no caminho repassar os procedimentos para o possível tratamento de azia. Talvez, eu seja ingênuo, mas neste ponto respeito os ritos religiosos: Amor tem que ser absoluto em esperança, passo desenfreado e otimista rumo a eternidade. Todo relacionamento deve ter o direito de nascer com intuito de ser “para sempre” (independente, de quanto o para sempre dure).

Os preceitos religiosos são bem diferentes (não que eu apoie qualquer sitematica em específico). Na igreja tudo é beleza e a Noiva surge como manifestação de infinitude. Em tom baixo (sussurro só para si), o Noivo convoca que ela apresse o passo. Alcance logo a sua mão e a cerimonia termine em um piscar. Afinal, ao vê-la tão especial, percebe que a eternidade é um tempo curto demais para tudo o que precisa ser vivido; viver é verbo efetivamente transitivo e exige objetos (e objetivos) diretos e indiretos para se manifestar plenamente: amor e casamento são alguns deles.

Nem sei se tenho o direito de dar conselhos sobre casamento. Afinal, sou divorciado e, atualmente, estou só (exercito a tarefa da busca).  Mas, meu amigo, encare isso como uma opinião técnica de um ‘empresário não tão bem sucedido’, daqueles que se não conhecem a receita definitiva do sucesso, mas ao menos já trilhou um dos caminhos do não bem sucedido rsrs Meu único conselho é: Não permita que seu amor sufoque pela doçura. O Amar deve ser como o Chocolate Amargo! A doçura em excesso entorpece e enjoa o paladar dos sentimentos levando qualquer sensação à infindável mesmice. O Amargo traz o equilíbrio e abriga a ação dos opostos para sanar o tédio.

A doçura pode até parecer perfeita, mas toda perfeição carece de sabor. O Amargo empata os contrários e traz desapego ao que deveria ser ideal. Ele prepara os espíritos para saborear as surpresas da realidade e, por vezes, o apimentado das adversidades. O Amargo concede que o amor (dos deuses) seja verossímil ao paladar dos humanos.

É no desequilíbrio das expectativas que surge a harmonia do bem conviver e o trampolim para um viver mais pleno. Porém, tudo isso é apenas teoria, na prática, não se esqueça das palavras do poeta dos outonos: “Amar se aprende amando”. 

domingo, 14 de agosto de 2011

INTERdisciplinaridade em MULTIcâmpus: Que mal há?


Nas ultimas semanas muito foi dito sobre o futuro câmpus Mauá da UFABC. Entre outras coisas, a celeuma foi reavivada pela autorização de vagas de bacharelados interdisciplinares pelo ministro da Educação. Como muitos sabem, nem mesmo um terreno, onde haverá a UFABC, já foi definido; então, imagine a surpresa. Depois da publicação no diário oficial, tivemos uma dança meio desengonçada de declarações, negações e insistências: de um lado a reitoria dizendo que UFABC planeja o novo de Mauá apenas para 2015 (ou adiante); do outro, políticos e abaixo-assinados de Mauá que gostariam de ‘algo’ de UFABC na cidade já em 2012. (Um milagre a ser anotado: um político realmente empenhado em realizar uma promessa de campanha! Duvido que isso esteja correlacionado ao fato de haver reeleições em 2012; pura coincidência, não?)


Não há dúvida que a UFABC é uma Universidade em plena expansão e está definindo com determinação o seu espaço no cenário do ensino superior de nosso país. Porém, é preciso crescer com responsabilidade e sensatez. Insistir em mais um câmpus provisório, enquanto ainda tentamos resolver os diversos problemas dos improvisos anteriores não parece uma atitude de quem aprende com os próprios erros. O improviso sempre foi uma força impulsionadora para soluções criativas. Porém, quando improviso não é impulso, mas modo operante tudo ao que nos leva é na formação de profissionais igualmente improvisados. Não acho que isso seja o que buscamos na UFABC, não é?


Para os que insistem ainda no câmpus improvisado, sugiro, então, que criemos o bacharelado interdisciplinar BC&P: Bacharelado em Circo e Pão. Assim, nos basta uma grande tenda, com pomposa placa de ‘câmpus provisório’. Obviamente, professores e funcionários teriam que se fazerem de mágicos para colocarem, simultaneamente, três câmpus precários (ops, digo provisórios) para funcionar.  Fica a questão: Qual o papel dos estudantes, fadados ao ‘dá-se um jeito’, nesta grande tenda? Prefiro nem mencionar...  Pessoalmente, espero que aqueles que insistem neste cenário prematuro e não planejado, nossos bons políticos e suas ambições, definam logo qual será seu real papel neste grande picadeiro.


Sinceramente, não me preocupo com o câmpus Mauá. Sou do tipo otimista e acredito que seremos guiados pela sensatez e bom senso. De fato, temos questões muito mais sérias e alarmantes a definir: Para ser MULTIcâmpus, basta que existam dois, o que já temos e com isso todos os problemas associados. Nossos recursos (humanos, financeiros, equipamentos, etc) são limitados e precisam ser distribuídos entre os diferentes locais. A grande pergunta é como faremos isso: Teremos câmpus em que ‘replicaremos’ nossos cursos, cada qual uma cópia quase idêntica do anterior? Criaremos espaços temáticos (o que soa mais coerente na prática) com cada câmpus tendo sua própria estrutura definida, principalmente, pelos cursos pós-BI que lá serão oferecidos e as pós-graduações associadas.


Essa discussão não é simples, nada simples mesmo. Devemos definir que curso deverá ir para qual câmpus. Com o curso, deverão ser deslocados os professores, os funcionários, os novos alunos, os laboratórios didáticos e, até mesmo, a estrutura de pesquisa. Não se move apenas graduação, mas pós-graduação também. Além disso, como ficariam os alunos atuais dos dois câmpus e suas escolhas de curso? Conseguiremos oferecer a eles o que desejam no seu campus de origem, ou acabaremos dizendo: “Desculpe-me, mas o curso X só é oferecido no câmpus Y, você terá que fazer as matérias lá mesmo.” Aos futuros alunos, muito provavelmente, o alerta já será dado no SISU: ao entrar para a escolha do BI e do câmpus, o aluno já será alertado quais as escolhas pós-BI que poderá fazer se quiser permanecer naquele específico câmpus. Isso poderá limitar, na prática, o ‘leque’ de escolhas de cursos que os alunos poderão fazer em suas carreiras. Quantas coisas a se pensar, quantos meios e regras a definir para fazer com que a UFABC siga este caminho de se dividir em dois câmpus da melhor forma possível. Estas escolhas afetarão a todos nós e, portanto, deveremos participar das discussões e decisões: definir nosso futuro é questão urgente de agora.  Acredito que você concorde comigo que com dois câmpus a questão já é complicada o suficiente, ao inserir um terceiro antes de solucionar a questão de dois, estaríamos sendo apenas imaturos e irresponsáveis.  


Uma questão ainda mais importante e que atinge o cerne de nosso projeto pedagógico: como lidar com a INTERdisciplinaridade em múltiplos câmpus? Estaremos dividindo os nossos mais importantes recursos em diferentes espaços, estaremos fragmentando nossas torres do conhecimento (literalmente). Será que mesmo assim conseguiremos manter o nosso espirito de unir diferentes áreas e propor novas soluções, se estas áreas estão (fisicamente) dispostas tão à parte.  Interdisciplinaridade não nasce em hora marcada, não aparece porque colocaram uma resolução exigindo-a no Boletim de Serviço. Ela vem espontaneamente de uma discussão entre professores de diferentes áreas no cafezinho,  alunos comentando questões no final de um seminário, diálogos com técnicos sobre diferentes instrumentos e conversas nas mais diversas reuniões burocráticas que terminam com professores falando sobre pesquisa: “O que você faz mesmo? Interessante, acho que poderíamos trabalhar em algo juntos...” . Então,  se percebe que não é mais uma conversa de amigos apenas, mas uma discussão cientifica com novas possibilidades de pesquisa. O que quero deixar claro é que múltiplos câmpus podem afetar negativamente a pesquisa interdisciplinar com a natural segmentação das áreas e uma eventual ‘departamentalização’, que na UFABC é tão combatida. É preciso discutir isto e definir maneiras de evitar que percamos um das características mais belas de nossa Universidade.  


Não quero alarmar ninguém com meus comentários, apenas mostrar que há muito para ser discutido e que devemos encarar tudo isso com coragem e determinação. Para finalizar, creio que a UFABC terá um campus Mauá, mas que isso seja feito num momento em que a nossa Universidade esteja consolidada com seus dois câmpus atuais.  Queremos uma Mauá construída de forma sensata e bem planejada: sem atropelos desnecessários ou cursos precários para os nossos estudantes.  Para a alegria dos políticos haverá um campus pronto (no dia adequado) a ser inaugurado com o corte de faixa vermelha festiva por tesoura cerimonial (quem sabe, até um subir a rampa), discursos eloquentes e muitas poses para fotos e notas para o jornal. Se não vai ser no mandato de uns ou outros. Bem,  paciência, certo? Não é melhor escolher o caminho que beneficie a sociedade como um todo do que as ambições pessoais de alguns eleitos (ou futuramente elegíveis)? Eu sei que sensatez e fazer o melhor para todos nem sempre trazem votos; mas, você pode acreditar,  que contrõem seres humanos bem melhores: basta tentar.  

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Primeiro exercício literário: 'Paredes de Multidão'


Estou fazendo uma Oficina Literária On-line. Um dos pontos divertidos é 'escrever sob encomenda'. A cada semana uma missão e dela surge um texto. O desafio sempre é um caminho adequado para desenvolver habilidades. Tento domar a minha criatividade; o curioso é que até funciona. Nesta atividade, eu deveria usar uma música para me inspirar. Estou compartilhando aqui em meu blog o que produzi na última semana (já apresento com algumas correções sugeridas) e a música que me inspirou. Exercício curioso é ler o texto enquanto a música toca... É intrigante como 'trilha sonora' dá um sabor extra ao que foi escrito. 



Boulevard Of Broken Dreams - Green Day



Paredes de Multidão


Após um longo dia de trabalho, sigo o meu caminho para casa. Dentro de um ônibus cheio, vou à estação Butantã. Tantas pessoas a minha volta: sons, cheiros e impaciência. Eu vou silencioso e insipido, enquanto a viagem atiça a minha peçonha e aumenta ainda mais o meu mal humor.

Finalmente, chego à linha amarela, mas é só o começo do meu caminho de metrô.  Aguardo ansioso para ir à Paulista; esta é a parte fácil do trajeto. Árduo, de fato, é alcançar o Paraíso. (Pior, nem é a minha última parada!) No caminho entre deixar a amarela e estar na verde há uma imensa galeria de corredores. Tubulações, paredes e sinalizações pintadas em cores fortes e berrantes; tentando minimizar o pálido cinza das faces das pessoas: todos tão impassíveis quanto eu ao colorido à nossa volta. Não preciso me preocupar com o caminho que devo seguir, pequenas faixas restringem nosso andar e os muros feitos de pessoas me levam sem qualquer outra opção além do marchar sincronizado. Chegar ao Paraíso não é para quem tem escolhas a fazer, mas sim para aqueles que aceitam se submeter ao caminho imposto.

Sinto-me tão só naquela multidão; imensamente perdido e vazio. Quando estou sozinho em minha casa, sou o único que há e, portanto, tão vasto quanto tudo ao meu redor. Contudo, nos corredores do metrô, certado e limitado por tantos desconhecidos, perco até mesmo quem eu sou: torno-me bando. Arrebanhado por regras de movimento: ‘mantenha-se a direita; siga a seta verde para o próximo trem’. São tantos com (talvez, sem) vidas tão iguais a minha, que mal consigo distinguir-me em meio aos outros.

Além do destino que busco, não conheço nada ao meu redor e ninguém para conversar. Porém, isso não cessa o ruído; todos a minha volta falam: os fragmentos desconexos de suas conversas estilhaçam em meus ouvidos. Ecoam na ausência de significado que tantas vozes indistintas têm para mim. Não há sofrer em minha solidão efetiva, apenas desconcerto. Seria um sinal de que estou quebrado de alguma forma?

Cheguei ao Paraíso, mas ainda estou longe da minha casa. Todavia, devo parar por aqui. Estou a passos de exceder o meu limite (de linhas). Não termino a história, só o texto; entretanto, nem me frustro. Apenas, mais uma regra me limitando, dizendo onde meu caminho começa e termina, seja na linha do metrô ou na entrelinha do texto; a única coisa que permanece real é o meu sentimento de solidão aprisionado entre paredes de multidão.



sábado, 23 de julho de 2011

Quanto vale um D?





Esta semana, um item do boletim de serviço da UFABC (Sim, eu leio o boletim... rsrs) me chamou bastante a atenção. Era uma discussão no CECS sobre o conceito D em cursos específicos.  Para maior clareza, vou reproduzir o trecho do  texto aqui:

Impacto do conceito "D" nas disciplinas específicas.

Professor Luiz Henrique Bonani posicionou-se contrário à forma pela qual o conceito "D" é aplicado na universidade. Segundo o professor, há incoerência entre o projeto pedagógico e a forma de avaliação adotada. Outro ponto destacado pelo docente é a questão da responsabilidade da UFABC, pois o aluno poderá deixar a universidade com alguma deficiência, que poderá ter impacto em sua vida profissional. O Conselho corroborou as idéias apresentadas pelo professor Bonani e apresentou algumas sugestões. Findo os comentários, professor Gilberto sugeriu o encaminhamento de uma Moção do Conselho à CG para tratar a questão.[Extraído do boletim de serviço- número 173 – ConCECS]

Eu compreendo bem a apreensão dos professores do CECS.  Imagine que você está num avião prestes a decolar e descobre que aquele que o projetou teve um conceito D em Aerodinâmica (ou outra disciplina crucial aos projetistas de aviões); não seria o suficiente para pedir para descer? Se considerarmos que os cursos específicos são o núcleo duro da formação de nossos profissionais, esperamos que eles realmente tenham sido aprovados nestas disciplinas.  Amplio ainda mais a reflexão: não foi mencionado o uso do conceito D nos bacharelados interdisciplinares, mas fica a pergunta: Não seria igualmente perigoso um D nestes cursos?  Afinal, projetar aviões sem compreender o mais básico das leis de Newton não seria igualmente problemático?

O ‘argumento’ para a existência do ‘D’ na UFABC (até onde entendo) é para atenuar o efeito do amplo espectro de ‘especialidades’ que exigimos de nossos estudantes.  Por vezes, um estudante poderia ter um deslize em uma matéria ou outra, que esteja muito longe das habilidades naturais dele e poderia ‘sobreviver’ a tal inconveniência com o conceito D; uma espécie de falha condicional de menor dano.

Contudo, o que fizemos do D? De fato, o que mais me impressiona não é a sua existência, mas uma total falta de coerência sobre seu significado e, ainda mais, sobre seu valor. Pergunta recorrente entre docentes: Quanto vale o seu D? Cada um cria uma tabela em que o D tem um valor médio e um intervalo de validade que pode ser de um pouco mais de um ponto até a largura de um Delta de Dirac rsrs (piadinha de físico, né?). Eu mesmo, escolhi uma tabela de conversão que apresento sempre no primeiro dia de aula aos meus alunos. Gosto de deixar claras todas as regras do jogo antes de iniciar a partida ;-) 

Alguns dizem que o uso da tabela de conversão não é correto e que deveríamos avaliar usando apenas os conceitos: A,B,C,D e F. Há quem diga que faz isso, mas, de fato, tenho certeza que tem uma tabela interna que ele usa, mas não a revela. Afinal, se você faz uma prova e diz:  se acertar todas é A, se errar uma é B... e assim por diante. Isso é uma contagem baseada em quantidades, não é? Portanto, poderia ser facilmente associada a uma escala numérica. Fica a minha pergunta: Como realizar uma avaliação de mérito baseada apenas em qualidade sem utilizar nenhuma validação auxiliar quantitativa de qualquer espécie?  (Aguardo a resposta).  

Mesmo assim, se permanecer a insistência de alguns que o conceito é mais adequado. Então, questiono o porquê da Universidade utiliza CRs e CAs para avaliar e ‘rankear’ os estudantes. Não é uma simples conversão numérica? Afinal, o que o CR tem de mais pedagógico que notas de 0 a 10? Pessoalmente, acho isso bastante incoerente e prejudicial ao aluno: ele obtém uma nota numérica que é convertida em conceito que por sua vez é convertido novamente em número. Só eu enxergo perda de muitos décimos nesta prática? É como receber o sálario em reais, comprar dólares para guardar em casa e vender para ter reais para fazer as compras... Isto não parece um bom negócio para mim.

Concordo que se o aluno não obteve o mínimo de aprendizado requisitado no curso, ele deve ser reprovado. Todavia, questiono o que consideramos ser “o mínimo requerido”.  Vejo muita discrepância nisso, muitos dizem que deve ser assim e docentes devem ter a liberdade de preparar e avaliar os estudantes como consideram mais adequado. Porém, quando se quer fazer 1500 alunos, com os mais variados preparos antecedentes e as mais diferentes expectativas, serem submetidos ao mesmo ensino, deveria dar a eles a chance de receber realmente à mesma ementa de curso e serem medidos pela mesma régua. 

Acho que é preciso uma certa dose de humildade e admitir que não sabemos tudo.  Não é simples concordar, nunca é fácil aceitar que talvez você não vai lecionar exatamente tudo o que gostaria ou vai avaliar exatamente como considera mais adequado, mas é preciso criar ‘uma só moeda e uma só medida’ quando se leciona nestas matérias do BC&T com tantas turmas.  Se você vai lecionar uma matéria de sua escolha, já sabe qual a ementa e deve sim cumprir o que está lá. Se a ementa é considera inadequada, então isto deve ser levado à coordenação do curso e ao CONSEPE e devidamente discutidas as modificações com todos os envolvidos e interessados. Do mesmo modo, se é definida uma forma de avaliar e dito qual o conteúdo médio que o aluno deve aprender (isso sempre deveria ser explicitamente discutido), então todos os professores deveriam aceitar e seguir isso.   Obviamente, isto tira muita gente de sua ‘região de conforto’, mas faz parte de estar construindo algo novo e trabalhando com uma proposta pedagógica como a da UFABC.

Na minha opinião, mais importante que discutir se deve ou não existir um ‘D’ é definir muito bem meios de garantir igualdade de avaliação... Não importa se você cria um sistema baseado em conceito, número, cor ou sabor (não ria: quarks tem sabor! Por que não um sistema quark de notas: top, botton, up, down, strange, charm rsrsrs). O importante é que cada aluno receba a nota justa pelo que aprendeu independente de quaisquer outros fatores. Caso, ele não tenha aprendido o suficiente, que refaça a disciplina até aprender. Acima de tudo, nossos primeiros estudantes irão para o mercado de trabalho com a difícil missão de definir o que é um aluno da UFABC para o mundo.   Precisamos preparar todos os alunos do mesmo modo para que mostrem seu próprio valor como profissionais competentes, independente do nome que damos aos conceitos de avaliação que usamos. 

Todos nós percebemos os ventos de grandes mudanças em um futuro próximo.  Os novos representantes que estão sendo eleitos para coordenações dos cursos, conselhos de centro e conselhos superiores irão apresentar e discutir muitas modificações na forma como as coisas tem sido feitas: ementas de disciplinas, conceitos de avaliação, trancamentos, número máximo de créditos e tantos outros assuntos estarão em pauta em breve. Isto é ótimo, o nosso modelo de Universidade necessita de continua transformação e as devidas correções para funcionar melhor. Devemos estar conscientes das discussões que estão ocorrendo e exigir que elas sempre sejam guiadas para nos levar a um modelo coerente e que priorize a excelência na formação de nossos alunos e, por que não, dos professores (sim, nós também estamos aprendendo neste processo).  A UFABC é uma Universidade em consolidação e como tal precisa de muita atenção para que não nos percamos em discussões infrutíferas ou decisões que lamentaremos no futuro. Trabalhamos duro para criar não apenas mais UMA universidade, mas sim A universidade que deverá ser um modelo de um novo modo de formar profissionais.  

domingo, 10 de julho de 2011

Um cubo de SETE faces




Na Universidade há diversas épocas críticas e tensas. Um dos períodos mais complicado é o da matrícula, que sempre trás mal-estar a todos. Os sintomas surgem nos docentes, discentes e funcionários (principalmente, os da PROGRAD tão ‘lembrados’ neste período): irritabilidade, preocupação com o futuro, tentativa de adequar novos horários a velhas rotinas, questionamento de regras e formas de atribuição. Poderíamos até mesmo nomear, com toda a razão, de Tensão Pré Matricula (TPM).  No caso da UFABC, isso é ainda mais crítico porque temos três períodos destes por ano, efeito natural de nosso sistema quadrimestral.


De certo modo, o problema é similar às enchentes do nosso caro Tamaduateí: todos nós sabemos que no verão haverá chuvas e, possivelmente, enchentes. A prefeitura deveria cuidar para que o aumento do nível do rio não trouxesse tantos problemas. Contudo, sempre há problemas... Nossa tendência é considerar que a incompetência do governo é a responsável, o que em parte é bem verdade. Mas quando você passeia perto as margens do rio e observa muito lixo, pneus e, até mesmo, um sofá inteiro?!?  Começa a questionar: Mas precisava mesmo jogar o sofá no rio?  De fato, a prefeitura é a responsável, mas não faz mal cada pessoa evitar tornar o problema ainda mais complicado, não acha?


O paragrafo anterior era apenas para construir o paralelo com o que acontece na UFABC durante a matrícula. O processo de matrícula envolve praticamente todas as pessoas da UFABC e não é nada simples...  Apenas para colocar alguns números, no quadrimestre passado foram oferecidas 813 turmas (apenas na graduação). O número de disciplinas e turmas por quadrimestre tem crescido assustadoramente e de forma muito mais acentuada do que a contratação de novos docentes!


Todo o processo de matrícula começa com PROGRAD e Coordenações dos cursos apresentando as matérias que serão oferecidas, que são decididas seguindo o projeto pedagógico de cada curso, demandas reprimidas de certas disciplinas e requisições dos estudantes. Nós docentes, recebemos uma lista prévia das disciplinas, da qual escolhemos 5 delas (3 do BI e 2 de cursos pós-BI) ainda sem definir horário, para que o coordenador do curso, depois a direção do centro e, por fim, a PROGRAD definam as disciplinas e número de créditos de cada professor. Em paralelo a isso, também é definido o horários de cada disciplina e, principalmente, sala ou laboratório em que será ministrada. Algo crucial porque ainda estamos em construção e o espaço para lecionar é limitado. Isto faz importante a possibilidade de ocupar todos os horários, inclusive sextas à noite e sábados durante o dia...  Em que ninguém gosta muito de lecionar ou estudar, mas não fecharíamos a atribuição de créditos (em especial, para cursos do noturno) sem essa opção.


Ouvi muitas vezes dos alunos da UFABC que fazer a grade do quadrimestre é como “brincar com um cubo mágico: quando você acerta um lado, acaba desarranjando o outro”. Saiba que a atribuição é um CUBO DE SETE FACES para todos nós!  Neste aspecto, os alunos recebem uma lista que consta de centenas de turmas das mais diversas disciplinas obrigatórias, opção limitada ou livres e que devem se acertar em sua semana. Lembro ainda que muitas vezes os alunos tentam seguir mais de um curso (pelas regras, um aluno pode se matricular em até três cursos pós-BI) que muito possivelmente tem conflitos de grade, uma vez que cada coordenação define seus horários independentemente e fica bem difícil prever exatamente que disciplinas não deveriam conflitar. A UFABC permite uma grande liberdade de escolha, mas não somos capazes de prever todos os anseios dos estudantes, mesmo porque alguns nem seguem um plano bem claro de disciplinas a cursar. 


Uma complicação ainda maior em questão aos alunos é o trancamento, muitos alunos tem consciência disso como percebi num texto que li no Facebook outro dia e que me inspirou a escrever este texto. Pelas regras um aluno pode trancar até duas matérias. Isso faz com que o aluno considere que ele deve se matricular em N+2 disciplinas, ou seja, ele inflaciona a demanda que chega a PROGRAD em 2 turmas... Parece pouco, mas se os  mais de 3000 alunos fazem isso, o que teremos são turmas que começam com 30 alunos e terminam com apenas 6 (eu já vi isso algumas vezes). Podemos considerar que a Universidade está tendo um prejuízo de 24 vagas abertas não utilizadas. Além disso, foi necessário atribuir um número muito maior de turmas para o docente lecionar.  Nem é preciso dizer que, com o aumento da quantidade é bem comum uma queda de qualidade. Outro ponto é o valor de N, que alguns alunos consideram que o importante é preencher o máximo possível sua grade. De fato, acredito que cada aluno deve avaliar seu ritmo e capacidade e se matricular num N que permita a ele cumprir bem com as disciplinas e ainda ter uma vida saudável. Antes fazer 4 matérias e obter As e Bs, que 8 matérias com Ds e Fs, o seu CR vai agradecer e você bem sabe como o CR é importante na dinâmica de ICs, monitorias e outros direitos UFABCianos.


Os professores também tem sua parcela de culpa. Obviamente, ninguém gosta de dar aulas aos sábados e muitos têm problemas com aulas noturnas. Porém ao ser contratados pela Universidade, aceitamos a dedicação exclusiva e com ela a possibilidade de lecionar de segunda a sábado em qualquer horário (e até mesmo mais de um câmpus). Mesmo que haja questões ligadas à vida pessoal, isso não deve interferir com o trabalho. Todos os professores tem a obrigação de cumprir com sua carga didática nos horários que são precisos, não naqueles que eles preferem. Afinal, os que não têm ‘tantos problemas pessoais’ não devem ser obrigados a se encarregarem sempre dos ‘horários ditos ruins’. Claro, que sempre que possível, os horários de aula devem ser ajustados de forma que não afetem tanto a pesquisa e assuntos de outras obrigações. Porém, nem sempre é possível fazer o melhor para todos... Acima de tudo, devemos assumir certas soluções de compromisso, algo que não seja tão ruim para alunos e professores.


As coordenações dos cursos também devem ter o cuidado de primeiramente oferecer as disciplinas designadas em seus quadrimestres ideais. Os alunos que seguem “religiosamente” a grade sugerida devem ser privilegiados. Além disso, ouvir o que os alunos querem fazer (principalmente, para disciplinas livres) é algo importante. Não faz sentido algum abrir uma disciplina que nenhum aluno está interessado em cursar.  As novas coordenações eleitas tem, em muitos casos, a presença de discentes, o que deve tornar o processo de ‘ouvir o estudante’ mais eficiente.  Mesmo naquelas que não há discentes, os alunos precisam apresentar suas necessidades específicas ao coordenador, desde que as reinvindicações sejam razoáveis e apoiadas por um bom número de estudantes, não há como o coordenador não ouví-las.


A PROGRAD tem o papel de ser JUÍZ e EXECUTOR, o que não é nada fácil. Acima de tudo, naquela mesa é que devem ser gerenciados os conflitos entre Direções dos três Centros, docentes e discentes. Acima de tudo, deve ser lembrado que a oferta de disciplinas não é uma disputa entre professores e estudantes. Não é uma batalha em que deverá haver um ganhador e um perdedor. Muito pelo contrário, é um acordo de parceria entre professores e alunos na busca de construir um ambiente de harmonia em que todos possam buscar sua excelência e alcançar seus objetivos de forma mais eficiente.


Para terminar, eu ainda aguardo para saber qual disciplina irei lecionar no próximo quadrimestre, também não faço ideia de quantos créditos terei ou quais serão meus horários de aula, sei que isso é desgastante e me deixa cheio de incertezas, principalmente, quando lembro que devo acertar o ‘cubo de horários’ com todas as minhas obrigações de pesquisa, extensão e as outras esferas de minha vida.  Contudo, devemos agir e decidir sempre com discernimento e maturidade. É claro, que a PROGRAD tem suas obrigações e muita responsabilidade no processo, mas nós, docentes, discentes e funcionários, podemos ajudar muito apenas evitando ‘jogar sofás no rio’ quando realizamos nossas escolhas.

domingo, 26 de junho de 2011

O que nos representa?

              


               A Universidade é um organismo vivo, bem mais do que muitos pensam.  Contudo, o que determina sua identidade não são as construções e muros que a delimitam, mas as pessoas que nela estudam e trabalham. A Universidade é um desses ‘organismos’ fantásticos nos quais a soma de todas as suas partes é muito mais que o Todo.  Entretanto, são vozes demais para se ouvir de uma só vez... Imaginem escutar todas as ideias, opiniões e queixas de todos ao mesmo tempo.  Assim, como qualquer ser vivo suficientemente complexo, criamos setores distintos (órgãos) para cuidar de assuntos determinados e funções necessárias.  Desenvolvemos uma hierarquia na esperança de que esta traga ordem e torne eficiente o gerir de tão complicado ser. Todavia, a analogia com um ser vivo termina neste ponto, pois no processo de decisões de uma Universidade se lida com questões mais complexas que apenas a sobrevivência, é preciso levar em conta um delicado equilíbrio entre objetivos, expectativas, obrigações e, até mesmo, egos.


                Cada ente que compõe, ou ao menos deveria compor a universidade, tem a liberdade de escolha e o DIREITO de sempre exercê-la.  Pessoalmente, acho que cada um deveria ter o DEVER de exercer conscientemente sua liberdade de escolha: votamos naqueles que nos representam e compomos assim todos os níveis da hierarquia que move a Universidade. Talvez, nem sejamos capazes de ver exatamente como todos estes conselhos, coordenações, comissões e colegiados se interligam. Porém, não podemos negar que a cada instante de nossa vida universitária as decisões nestes diferentes ‘órgãos’ estão nos afetando. Portanto, como podemos negligenciar o nosso DIREITO de decidir quem os compõe? Isso não é apenas uma irresponsabilidade, mas dar chance, no pior dos casos, a um ‘genocídio’ acadêmico.


                Alerto sobre isso porque estamos em meio a um belo processo Universitário: acabamos de eleger as primeiras coordenações dos bacharelados mais importantes (os carros-chefes de toda a filosofia universitária da UFABC): BC&T e BC&H. Em breve, teremos eleições para o aumento do número de membros do CONSUNI e, portanto, de nossa representatividade no conselho ‘mais elevado’ da Universidade. Bem como, foi iniciado o processo da eleição das coordenações dos cursos pós Bacharelados Interdisciplinares (BI) do CCNH e, muito em breve, também do CMCC e do CECS.  Logo, cada curso dessa universidade será gerido por um grupo que será escolhido ‘democraticamente’ por VOTO da plenária correspondente do curso. Será uma representação formada por docentes, discentes e funcionários e com papel fundamental na estruturação do ensino de cada curso nos próximos anos, bem como, em manter o ideal de seguirmos o nosso projeto pedagógico e as diretrizes que fazem da UFABC uma Universidade única que destoa em muito do modelos mais Tradicionais. 

Meu receio em relação a tudo que há por vir é que se repita a mesma baixa participação no processo de eleição das coordenações dos BIs por parte de todos (Sim, poucos votos de docentes, estudantes e funcionários!), que foi um simples reflexo do debate (que comentei em um post anterior), que aconteceu alguns dias antes das eleições.  De algum modo, as pessoas não se importam e, realmente, não entendo nem o como e nem o porquê disso ocorrer.  Se não nos interessamos por aqueles que nos representam e que guiarão a nossa UFABC por seus caminhos (e os nossos também), quase sempre, nada fáceis. Então, pelo que nos interessaremos?  Será que nosso desejo é sermos meros ‘Lemingues’ acompanhando o fluxo de nossos 'amigos' até o fiorde final e, então, em meio à queda desabafar: "Se eu soubesse que acabava assim, acho que teria opinado antes." Piadas a parte, o assunto é muito sério, e acho que cada um de nós deve assumir seu papel como parte ativa deste processo: divulgando, discutindo, votando e cobrando daqueles que elegemos por uma UFABC que seja um exemplo em EXCELÊNCIA como todos nós desejamos. Para terminar, lembro uma famosa frase de Arnold Toynbee “O maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados pelos que se interessam”

terça-feira, 14 de junho de 2011

Em Nome do B, do C & do T




Hoje ocorreu o debate entre as duas chapas para a coordenação do Bacharelado em Ciência e Tecnologia (o nosso tão famoso BC&T). Ouvi o que as duas chapas concorrentes disseram e pareceu-me bem condizente. Todavia, confesso que o que me impressionou não foram as posições destas chapas, mas uma quase total apatia da comunidade UFABCiana para com o evento: Se muito, havia uns vinte professores e um ou dois alunos... Só para lembrar somos mais de 420 docentes e alguns milhares de discentes!  Portanto, numa analise bem superficial podemos dizer que: 1) todos estão muito bem informados e convictos de em quem votarão (hipótese da qual duvido muito); 2) Ninguém se importar!


Gostaria muito de acreditar que a segunda hipótese não é a verdadeira.  Contudo, nem sei como poderia negá-la.  Conversando com alguns amigos docentes: muitos estavam ocupados, tinham aulas para preparar ou lecionar, artigos científicos para ler e escrever, pesquisas para se dedicar.... Sempre há trabalho demais para fazer. Contudo, todos sempre têm trabalho demais para fazer, isso seria mesmo “JUSTIFICATIVA” para não estar presente no debate?


Acho curioso que todos sempre têm alguma critica em relação ao BC&T: de como é difícil, de como é trabalhoso, de como há tantas coisas erradas.  Então, chega o dia de ouvir aqueles que irão coordenar o BC&T pelos próximos anos, aqueles que poderão sanar ou, pelo menos, minimizar todas as mazelas desse tão ‘perverso’ sistema que antecede os cursos pós-BC&T. Porém, não havia quase ninguém lá para ouvir....


Sim, eu disse ‘perverso sistema que antecede os cursos pós-BC&T’ porque, afinal, todo aluno da UFABC é um aluno de Engenharia,  (outro) Bacharelado ou Licenciatura. O BC&T é apenas o ‘ciclo básico do mal’, a muralha que separa o ingênuo aluno do segundo grau de seu tão sonhado curso de verdade....  Sim, já ouvi alunos mencionarem desse jeito: Primeiro tem que fazer BC&T para depois poder fazer o curso de verdade! Então, concluímos: BC&T é um curso de mentira?!?


Faço criticas aqui, mas sou um hipócrita também. Hoje uma das chapas me abriu os olhos para isso. Se alguém me perguntasse: “Na UFABC, você é professor do quê?” Sem pensar duas vezes, eu responderia: “Sou professor da Física” Pobre BC&T que é o curso de Todos e, ao mesmo tempo, não pertence a Ninguém... Percebo isso agora e me entristeço com minhas atitudes.


O projeto pedagógico também é outro marginalizado. Na boca de todos, em qualquer discussão, a voz é erguida: “ISSO É CONTRA O PROJETO PEDAGÓGICO!” ou “ESTÃO TENTANDO MATAR O PROJETO PEDAGÓGICO!” Contudo, eu me pergunto: o projeto pedagógico já foi VIVO em alguém? Realmente, somos tão fiéis a ele ou o interpretamos tão bem como todos acham que o fazem... Muitos se vangloriam de colocá-lo em prática e são bastante perspicazes de apontar como ‘esse ou aquele’ não o segue... Contudo, sinceramente, quando foi a última vez que se discutiu abertamente aquele texto e tentou-se realmente reavivá-lo em nossas mentes? 


Somos uma Universidade em Consolidação e, diferente de muitas outras Universidades, temos um Projeto Pedagógico para nos direcionar. Porém, o que mais vejo é uma Universidade de rumo incerto lutando entre ser algo verdadeiramente novo e inovador ou apenas mais um pobre feudo, uma oligarquia mal copiada e executada do modelo rançoso de nossas tradicionalíssimas Universidades. Temo pelo que o futuro nos reserva, se quando devemos debater o futuro do que muitos chamam a mais preciosa “JÓIA” da UFABC, apenas a deixamos perder o seu brilho na poeira do esquecimento e descaso...


Não sei qual será o resultado das eleições que ocorrerão em dois dias, mas desejo que a chapa vencedora seja plena da Força de Vontade e Coragem para impor as mudanças necessárias que acabem com a apatia de muitos e coloque o BC&T no seu devido lugar com o seu devido valor.


Pelo menos, hoje, eu aprendi uma lição: Quando me perguntarem: “Na UFABC, do que você é professor?”. Eu tentarei com todo afinco responder: “Sou professor do BC&T!”.